Às
associadas da
Federação
Nacional de Voluntariado em Saúde
0 5.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde teve como tema “Saúde,
Cidadania, Voluntariado e Comunidade”. Não foi ingenuamente que assim
aconteceu. Já o 4.º Encontro Nacional, havia apontado nesse sentido.
As
Ligas de Amigos e as Associações de Voluntariado do campo da saúde, têm vindo a
constituir-se para dar a resposta que ainda se entende que continua a faltar,
no aspeto da humanização dos serviços e dos cuidados que se prestam nas
Unidades de Saúde, sobretudo do Serviço Nacional de Saúde. Ou seja, trazer para
o ato de saúde, a importância global da pessoa e a sua dignidade, e não apenas
o ato em si mesmo.
A
prestação dos cuidados de saúde em Portugal, tem evoluído e bastante, no que
concerne ao tipo, ao nível, à qualidade e à satisfação dos beneficiários, dos
outros intervenientes e das Instituições. Esses cuidados, já não são somente
prestados nos espaços físicos das Unidade de Saúde, sejam eles, cuidados
hospitalares, primários, continuados, de reabilitação ou mesmo paliativos.
Continua
a fazer sentido a prestação de voluntariado nos espaços físicos das Unidade de
Saúde. Mas também já começa a fazer sentido que os voluntariados organizados aí atuantes,
comecem a refletir sobre a possibilidade e a necessidade de implementarem e
desenvolverem estratégias de atuação em novos espaços de permanência e de
prestação de cuidados de saúde – Unidades de Cuidados na Comunidade, Unidades
de Cuidados Continuados, e outros Equipamentos Sociais, como Lares e similares.
É
que, se há pessoas nos espaços físicos das tradicionais Unidades de Saúde, há
cada vez mais pessoas que apenas “passam por aí” e prolongam o seu
restabelecimento ou reabilitação em outros espaços, que até podem ser os seus
domicílios. No entanto, continua a fazer sentido, e muito, a atuação dos
voluntariados organizados nos espaços tradicionais das Unidades de Saúde.
Aquela deve ser mais valorizada e reforçada.
Cada
vez mais, a ação do voluntariado organizado no campo da saúde, é necessária e
apreciada, pelos cidadãos, pelos outros cuidadores, pelas instituições e pela
comunidade. Continuemos a ajudar as pessoas na sua enfermidade mas também na
sua reabilitação. Continuemos a fazer da humanização dos cuidados, das pessoas
e dos espaços, a nossa missão e o nosso objetivo principal. Continuemos a
servir. Continuemos a ajudar as pessoas onde quer que elas se encontrem.
Não
se trata de apontar a implementação de algum Serviço de Apoio Domiciliário.
Trata-se mais de alertar para a possibilidade de adotarmos posturas e de continuarmos
a estar ao serviço das pessoas, de modo voluntário e gratuito, complementar e
responsável, onde eventualmente possam existir outras Respostas Sociais e não só, mas
onde certamente o voluntariado tem com certeza um papel importante a desempenhar,
naquilo que é a sua especificidade, que é a continuada humanização dos cuidados
e a ajuda à promoção do bem-estar e da felicidade dos outros.
O
presidente, 30 de junho de 2013